quinta-feira, novembro 16

Grandes Mudanças

A maioria das pessoas (pelo menos da minha geração) que nasciam e nascem em cidades do interior crescem com o sonho, utopia, viagem de logo após a formatura do 2° Grau ir embora para uma grande cidade (os mais espertos esperam a faculdade). Porto Alegre, Florianópolis (Floripa para os deslumbrados), Caxias do Sul entre outras são o depósito dos sonhos e esperanças de quem nasceu numa Vacaria.

Comigo não foi diferente e acho que nem poderia ser, mas honestamente creio que algumas verdades sobre o “sonho de metrópole” devem ser ditas. Não é nada no sentido de “esqueça a idéia!” Mas é o tipo de coisa que todo mundo deveria saber antes de se lançar nessa empreitada.

É ótimo, é tudo grandioso, abre a tua cabeça a novas idéias? Sim e não. Claro que tudo fica mais ao alcance das mãos, os últimos lançamentos do mundo do cinema, gente interessante (para todos os tipos de interesse), todavia, essas pessoas na maioria das vezes também vêm de pequenas cidades e com certeza já eram tão ou mais interessantes. Não são as grandes cidades que tornam as pessoas “legais”, na verdade perder o medo do ridículo é que abre os nossos olhos, nos faz ver coisas que antes nem pensávamos. Sentir-se livre, algo que só um lugar desconhecido traz, não necessariamente uma metrópole. Só que se você não quiser, nada disso acontece e você acaba por tornar-se um “caipira” em Nova York. A vontade de aprender, de crescer está mais ligada à pessoa que ao lugar, estou filosofando demais. Sinceramente, o que mais eu vi nesses anos longe de casa (Vacaria nunca vai deixar de ser minha casa), foi um monte de deslumbrados que por mudarem de CEP tornaram-se superiores, seria cômico se não fosse trágico.

Quanto às oportunidades profissionais, é claro que são melhores, mas enquanto alguém não investir na sua terra natal, os “gigolôs de touro” ou macieiras é que vão continuar a enriquecerem à custa da miséria de outros, é um ciclo que demora, mas quem sabe um dia quebra. Se você não está dando a mínima pra isso e quer mesmo é ir pra capital enriquecer, sinto informar. Não é tão fácil não!

A concorrência é maior, sempre vai ter alguém “sentando” no colo do chefe e o seu sobrenome não vale nada, sabe aquela história de “mais um rostinho na multidão”, pois é desse jeito, aí você pode pensar: “Putz, mas aqui também é assim!” Em qualquer lugar do mundo é assim meu amigo, só que longe de casa tudo é mais caro.

E sem a opção do fiado.

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