domingo, janeiro 14

Um pouco de Memórias....

Quase todas as semanas escrevo sobre emoções, histórias, às vezes até uma fofoca, é o tipo de coisa que gosto de fazer, só que às vezes fico me perguntando: Porquê eu observo tanto o mundo que me cerca? Qual a razão que me leva a prestar atenção em detalhes tão pequenos, quase imperceptíveis?
Por vezes acredito que escrevo pra mostrar algo mais pra você, quem sabe despertar alguma consciência adormecida em nós, mas existem as horas que penso que faço isso pra não ter que olhar pros meus próprios erros, pras bobagens que fiz, as mulheres erradas pra quem me declarei ou pior, as certas pras quais fiquei calado, vendo em seus olhos que bastava uma palavra pra que todo o sonho pudesse talvez se concretizar. É essa incapacidade que sempre me irritou: Não conseguir ver, ou ainda, conseguir e mesmo sabendo que ía dar tudo errado, insistir, só pra depois ter certeza de que eu já estava certo e por algum retardo mental havia sido teimoso pela milionésima vez.
Sempre fui dado ao platonismo, ao inacessível, a filha da minha dentista que jamais me notou (pra piorar descobri que ela continua linda) ou a garota mais bonita do colégio que só lembrava de mim nas provas finais, tudo bem que na adolescência era fácil entender minhas musas, assumo que eu era feio de dar dó, não que eu tenha me tornado o Brad Pitt depois da velho, mas acreditem em mim, melhorei bastante (não tinha muito o que piorar). Engraçado, nunca havia falado sobre a filha da minha dentista, ela era linda, estudávamos piano com a mesma professora, ela ía junto com a irmã mais nova; claro que eu lembro o nome dela, mas pra evitar um processo ou pior ainda a vergonha, prefiro deixar incógnita – meu Deus! Como eu estou disperso. Voltando ao assunto. Sempre me perguntei o motivo de eu nunca ter dito nada além de um tímido “Oi!”, a diferença de classes socias ajudava, já que nessa época meus pais eram meio que uns new riches e ela de família tradicional, outro detalhe que me atrapalhava muito era que além de ser pequeno pra minha idade (só cresci depois dos 17), ainda era evangélico, isso em uma cidade como Vacaria decididamente é o “limbo social”, principalmente entre os adolescentes da minha época, tanto que fui estudar piano pra tocar na Igreja, não deu muito certo, pois com os clássicos de Mozart e Bach (ouço até hoje) descobri o bom e velho rock'n roll (vou ouvir pelo resto da vida).
Quando tomei coragem de me aproximar, ela tinho ido estudar fora, acho que em Curitiba se não me falha a memória e depois a vida encarregou-se de me levar pro meu caminho torto, não estou reclamando mesmo, eu gosto de ser como sou, gosto de não ter toda a grana do mundo, mas o necessário pros meus prazeres, não sou um escritor famoso, mas você lê e isso vale mais que dinheiro, honestamente sou satisfeito comigo mesmo, só vez ou outra, tipo em um terça-feira feira chuvosa ou fumando um cigarro no meio da noite, lembro do sorriso dela, do longo cabelo negro, do jeito de segurar os livros contra o peito, como se eles fossem de um valor afetivo, é nessas horas que eu me pergunto: “E se eu tivesse dito algo mais!”

quinta-feira, janeiro 11

O Desejo de ser Especial

Estava de bobeira navegando pela internet, quando lá pelas 03:00 da madruga começei a fuçar nesses sites de fotos de festase reparei em algo que me chamou a atenção: Como existem famosos nesses sites! Não entendeu, calma que já mando minha pseudo-tese.
Todos essas páginas, tanto das pequenas cidades quanto das metrópoles não importa a festa que você clique, alguns rostos se repetem sem parar, poses a la Fashion Week, abraços com toda a “galera”, roupas bufantes, darks, coloridas ou mais apertadas que o meu salário, vai ter fôlego assim na São Silvestre. Confesso a vocês que quando visito minha cidade natal, a saudosa e nostalgica Vacaria, também cometo esse pecado,;umas 3 vezes, mas o que me deixa boquiaberto é ver como tem gente que gosta de aparecer, mostrar que esteve lá, mesmo sabendo que toda a cidade sabia que ela estaria lá, só que tem que mostrar, revelando que mesmo em tempos de globalização e mundo sem fronteiras o provincianismo continua imperando no interior, a verdadeira “tristeza do jeca”.
Nas metrópoles não é diferente, só que aí seu fôlego e também o bolso tem que ser bem maiores, já que tudo fica mais longe, fora os flanelinhas, combustível e ingressos que engordam os gastos proporcionalmente ao tamanho da cidade, exceto Florianópolis que tem uma “Síndrome de Beverly Hills”. Todavia, as aspirações mudam nessas megalópoles, lá o que impera é o desejo de mostrar que “eu existo”, mesmo nesse mar de gente “eu sou especial”.
Se for parar pra pensar, bem lá no fundo as razões são as mesmas, claro que tem quem deseja guardar um souvenir daquela noite, mas esses não aparecem toda semana, são mais eventuais, ao contrário dos habitués que é mais fácil o barman faltar que eles, e olha que ele ganha pra ir.
Dia desses, perguntei pra um amigo com esse vício: qual era a razão da sangria desatada por festas, juro que não entendi na hora a resposta: “Não tem nada pra fazer em casa!” Depois pensando melhor, passei a compreender melhor. Vai ficar em casa fazendo o quê? Lendo, escrevendo (puxei brasa pro meu assado), conversando, PENSANDO? Pra quê, geralmente eles não são muito bons em nada disso que eu falei; então é melhor mesmo viver em lugar com um som o mais alto possível ou impossível, desde que não precise conversar. Juro que começo a entender a razão de eu preferir bares à boates, ou melhor, a minha geração (fruto da maturidade). Com o tempo você vê que se sacudir igual a um doido com ataque epilético não é a coisa mais esperta do mundo, conhecer alguém e já “partir pro ataque” sem nem dizer o nome não precisa de nenhum talento, mas também não tem a mínima graça e acima de tudo, não é tirando fotos toda a semana que você vai ser especial pro mundo.

segunda-feira, janeiro 8

Quando éramos jovens!

Porque será que o mundo não congela na melhor época da nossa vida? Sempre me perguntei isso. Até hoje tenho saudade da época do “Minuano Laranjinha”, do “Kichute”, de quando tudo era mais simples, de quando éramos mais comuns, não no sentido prejorativo de “comum” e sim de um tempo em que as emoções eram mais simples de viver. Se você gostava de uma menina, era simples, não precisava nem tocá-la, podia ficar no platonismo, só o gostar já bastava, às vezes ela nem precisava saber que era amada com todo o coração que um garoto de 10, 14 ou até 16 anos podia amar alguém.
Lembro de uma época em que o simples olhar da “amada” causava rubor na face, talvez seja por isso que toda vez que uma mulher me desperta mais que o mero tesão eu travo; numa boa, colam as placas! Falo bobagens com a consciência de que estou dizendo besteiras, não vem aquela frase de pegador voraz, de predador, até pareço meio retardado, prefiro acreditar que meu saudosismo aflora demais quando quero mais que uma noite. Aí está uma boa razão para lembrar de nosso ontem não tão distante; eu já disse que “estamos com fome de amor”, hoje ouso acrescentar que estamos mesmo é com fome de sentimento e por isso mesmo o passado vem à tona, não porque era melhor ou por que éramos crianças e sim porque naquela época acreditávamos.
O Papai Noel não era tão insólito, amigos precisavam apenas da nossa presença e não do que poderíamos lhes dar em troca, namoradas com um simples bilhete de “Te Adoro” sorriam pelo resto do dia e nós com pelo sorriso dela, ríamos pelo mês inteiro. Longe de mim fazer campanha contra o novo, o moderno, mas será que para mostrarmos que somos tão independentes hoje precisamos mostrar ao mundo pulando de cama em cama. Fica bem engraçado um cara de 30 anos, solteiro, em uma selva de beldades, ficar levantando a bandeira do “Vamos redescobrir o que é Amar”, mas é exatamente a minha condição que me dá o direito de ser panfletário e parceiro do cupido.
Meus queridos, os políticos vão continuar roubando, os preços vão continuar subindo, nosso Presidente da República sempre será o motivo número 1 de piadas! E aí o que vamos fazer? Vamos sair correndo, gritando desesperados ou entrar no mesmo embalo e passar a fraudar nossos sentimentos. Inventar e acreditar que o que realmente importa é o prazer gratuito e sem compromisso, além de covardia é burrice, isso mesmo: BURRICE!
Todas as escolhas que fazemos ao longo da vida tem 50% de chance de dar certo ou errado, mas não escolher por medo é aceitar a derrota sabendo que você tinha metade de chances de ganhar. Claro que sempre vem alguém e me diz que estou dizendo asneiras e que a vida tem que ser “vivida”. Como assim? Viver é mais que carreira, badalações, bebedeiras ou trepadas; há uma construção que realmente dá sentido a palavra viver e hoje eu vi um pouco disso: Passeei durante a manhã em um Parque aqui de Porto Alegre e vi o que é viver em rostos de velhos, crianças e alguns jovens que estavam dedicados a essa experiência, procuravam nas folhas do chão um pouco dessa magia simples e extraordinária que nossas “festas” nos tiram. Vi olhos vivendo o lado mais básico, mas simples, mais gostoso dessa aventura que é viver e honestamente, o mapa do tesouro não é tão complicado, é só lembrar do tempo de criança.

segunda-feira, janeiro 1

Ano Novo! Voltamos à Estaca Zero!

E não é que 2007 chegou mesmo, todos os fogos, abraços, lentilhas, sete ondas, champagnes, espumantes e cidras com seus estampidos parecidos e líquidos nem tão semelhantes assim. Nessa época as resoluções de emagrecer, estudar, casar ou vice-versa em todos os casos povoam as oferendas pra tudo quanto é santo. Também resolvi traçar minhas metas e decidi repartir com vocês os meus desejos para o Ano que inicia.
De 1° de janeiro em diante não vou tolerar um monte de coisas, tanto em mim quanto naqueles que estão à minha volta: Vou ser mais organizado com a minha casa (primeiro vou arrumar uma), cuidar mais dos meus joelhos e acima de tudo não vou aceitar pessoas que tratem meus sentimentos de maneira leviana; também pretendo não ser nem um pouco leviano com quem me dá um lugar em seu dia-a-dia; e olha que eu tenho uma vocação pra fazer esse tipo de besteira (afinal já está na hora de crescer).
Quero manter distância de gente covarde; é a pior coisa da vida é não ter coragem de viver ela própria e o pior é que esse mal é contagioso, por isso não quero mais saber de gente muito “certinha” ao meu redor, pessoas com medo de arriscar, amar, rir, chorar, pular de cabeça na utopia de viver, sorver cada momento como se fosse o último; não lembro onde li, mas nunca esqueço dessa frase: “Viver é um exercício que só os corajosos enfrentam”!
Durante os 365 dias à frente vou continuar escrevendo, não porque ganho dinheiro com isso, e sim por que você lê e às vezes até gosta – está aí! Vou continuar a fazer tudo aquilo que me dá prazer e escrever é um dos maiores gostos. Quero observar o mundo à minha volta, mas dessa vez não pretendo só olhar, também quero me dedicar a viver mais, acreditar que as pessoas podem ser realmente boas ou más, tudo é uma questão de ocasião e de onde o “calo aperta”.
Sem dúvida vou aprender mais sobre cozinha e vinhos, primeiro pelo prazer que tenho em frente a um fogão ou a uma taça de vinho, e também porque sempre dá um certo charme com o público feminino. Estava esquecendo de falar das mulheres, mas em 2007 vou tentar entender um pouco do que se passa dentro da mente delas e se novamente eu não conseguir, acho que apenas amá-las já vai ajudar bastante.
Bom, eu tenho outras metas, mas são meio chatas e outras particulares demais pra colocar no papel, mas se eu pudesse resumir tudo o que quero para o novo Ano seria: quero em todo novo dia conseguir ser melhor que ontem e pior que amanhã.
Posso estar falando um monte de bobagens vazias que como as da maioria se apagam em 2 de janeiro, mas quem sabe, em 2008 conto o que deu certo.