quinta-feira, janeiro 11

O Desejo de ser Especial

Estava de bobeira navegando pela internet, quando lá pelas 03:00 da madruga começei a fuçar nesses sites de fotos de festase reparei em algo que me chamou a atenção: Como existem famosos nesses sites! Não entendeu, calma que já mando minha pseudo-tese.
Todos essas páginas, tanto das pequenas cidades quanto das metrópoles não importa a festa que você clique, alguns rostos se repetem sem parar, poses a la Fashion Week, abraços com toda a “galera”, roupas bufantes, darks, coloridas ou mais apertadas que o meu salário, vai ter fôlego assim na São Silvestre. Confesso a vocês que quando visito minha cidade natal, a saudosa e nostalgica Vacaria, também cometo esse pecado,;umas 3 vezes, mas o que me deixa boquiaberto é ver como tem gente que gosta de aparecer, mostrar que esteve lá, mesmo sabendo que toda a cidade sabia que ela estaria lá, só que tem que mostrar, revelando que mesmo em tempos de globalização e mundo sem fronteiras o provincianismo continua imperando no interior, a verdadeira “tristeza do jeca”.
Nas metrópoles não é diferente, só que aí seu fôlego e também o bolso tem que ser bem maiores, já que tudo fica mais longe, fora os flanelinhas, combustível e ingressos que engordam os gastos proporcionalmente ao tamanho da cidade, exceto Florianópolis que tem uma “Síndrome de Beverly Hills”. Todavia, as aspirações mudam nessas megalópoles, lá o que impera é o desejo de mostrar que “eu existo”, mesmo nesse mar de gente “eu sou especial”.
Se for parar pra pensar, bem lá no fundo as razões são as mesmas, claro que tem quem deseja guardar um souvenir daquela noite, mas esses não aparecem toda semana, são mais eventuais, ao contrário dos habitués que é mais fácil o barman faltar que eles, e olha que ele ganha pra ir.
Dia desses, perguntei pra um amigo com esse vício: qual era a razão da sangria desatada por festas, juro que não entendi na hora a resposta: “Não tem nada pra fazer em casa!” Depois pensando melhor, passei a compreender melhor. Vai ficar em casa fazendo o quê? Lendo, escrevendo (puxei brasa pro meu assado), conversando, PENSANDO? Pra quê, geralmente eles não são muito bons em nada disso que eu falei; então é melhor mesmo viver em lugar com um som o mais alto possível ou impossível, desde que não precise conversar. Juro que começo a entender a razão de eu preferir bares à boates, ou melhor, a minha geração (fruto da maturidade). Com o tempo você vê que se sacudir igual a um doido com ataque epilético não é a coisa mais esperta do mundo, conhecer alguém e já “partir pro ataque” sem nem dizer o nome não precisa de nenhum talento, mas também não tem a mínima graça e acima de tudo, não é tirando fotos toda a semana que você vai ser especial pro mundo.

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