terça-feira, novembro 21

Por que diabos eu escrevo?

Sinceramente eu não sei por que escrevo! Não ganho grana com isso, não ganho status, tenho uma dislexia infeliz que me faz cometer as piores gafes com a língua portuguesa, meus amigos juram que são meus mais ávidos leitores e eu finjo que acredito pra não perder a amizade, elogios de “inteligente”, “sagaz” e outros floreios já não me servem há tempos, então eu pergunto meu Deus: POR QUÊ? O Arnaldo Jabor está mais que certo em escrever, afinal ganha bem pra fazer isso e ele merece, o Diogo Mainardi sabe que nunca vai derrubar o Lula, mas é muito bem recompensado pra desempenhar esse papel Quixotesco, ou você acha que fazer o “povo” pensar não é tão ou mais difícil que enfrentar um Moinho de Vento. Não adianta, hoje é o dia que quero chutar o pau-da-barraca e o nome dos dois foram os primeiros que me ocorreram, depois peço desculpas.

Afinal qual é a razão que faz uma pessoa “precisar” escrever? É doença, idiotice, a “paz mundial”, sabe lá, acho que é a ilusão de que vai ser ouvido ou a necessidade besta de pensar que deixou sua marca no mundo. Já passei dessa fase, entrei na dependência patológica das palavras, dependo da viagem que as letras me dão de graça, enquanto eu aqui me rasgo em pedaços da minha própria alma e fico me perguntando: Por que ninguém nota?

Agora você meu fictício leitor pode retrucar: “E quem te pediu? Quem te disse que iam te aplaudir?”. Pois é a mais pura verdade. Guardadas as devidas proporções (tenho consciência da minha insignificância) e o saldo bancário, creio que eu, o Jabor e até o Mainardi (já estou me achando íntimo) sofremos do mesmo mal; a “dependência da palavra”.

Não basta assistir o mundo passar diante dos nossos olhos, precisamos gritar, bradar o que achamos desse mundo que passa e se vai sem nos dar a mínima atenção. Não basta sentir, é preciso esmiuçar, triturar, quebrar em pedacinhos esse sentimento e tentar dissecá-lo aos olhos de todos, mostrar que não podem fazer o que quiserem do mundo, porque tem gente observando e alertando quem não vê, se bem que essa é a parte mais difícil. Essa talvez seja a maior ilusão ou quem sabe o maior presente que um escritor pode sonhar: Abrir a cabeça das pessoas, mostrar que não precisa ser do jeito que disseram que era o certo, que você pode pensar por você mesmo! Às vezes até que funciona, geralmente é “murro em ponta de faca”. O que tem de criatura que não gosta de pensar; prefere que “mastigue” por elas, ficam com a sinopse da vida.

Acho que acabo de descobrir a razão que me leva a escrever e você também meu leitor imaginário, um dia “mastigamos” para os outros.

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