terça-feira, dezembro 26

Natal! Hora de reencontrar os fantasmas...

Final de Ano chegando, Natal batendo à porta de todos, HoHoHo! E eu aqui recomeçando a vida do zero, bom, não é bem do zero, mas está quase lá. Não quero falar sobre isso hoje, vamos deixar pra outro dia essa história da minha última e derradeira loucura.
O Natal sempre me deixa meio nostálgico, num saudosismo besta que eu nem sei explicar ao certo o porquê, até acho que é da minha constante sensação de que a vida poderia ter sido melhor do que foi, ou melhor, do que eu fiz; aí largo um monte de promessas que não cumpro mesmo e deixo pra entrar em uma nova crise de nostalgia no próximo Natal: Na década de 80 deveria ter pedido a Ivânia em namoro, confessar que ela me fazia delirar - nunca disse nada, talvez por saber desde àquela época que ela nunca aceitaria. No início do séc. XXI não deveria ter largado da Faculdade de Direito, tenho certeza que ia estar formado, por "cima da carne seca" ou não, casado e todos os outros acessórios que a carreira me traria.
Tenho certeza que todo mundo tem um monte de "se eu tivesse" nas suas memórias, diversas pontas soltas no passado, quem sabe alguns amores nunca vividos ou até mal-vividos, nossos baús estão cheios de ossos e reminiscências que lutamos a todo custo para apagar, mas parece que por sacanagem do destino o Natal tem o dom de trazer alguns desses ossos ou às vezes todos à tona, vai dizer que você nunca viu ninguém com cara de bobo, olhando para o infinito nessa época do ano e, quando você pergunta vem àquela resposta vazia: "Nada"!
Ficar questionando nossas escolhas é meio que ficar dissecando um cadáver besta, se eu tivesse feito qualquer coisa diferente do que realmente foi, com certeza não teria esse prazer de encontrar, garimpar a palavra certa pra demonstrar o que eu sinto no papel, não teria o prazer de sentar sozinho e sorver uma taça de vinho com toda a riqueza que uma casa cheia de crianças não daria mesmo. De certa forma, tudo está meio que escrito e não adianta vir com aquela baboseira de que "quem faz meu destino sou eu!" Se fosse assim não faríamos tantas bobagens dignas de esquecimento. Honestamente eu não agüentaria um ano casado se não tivesse vivido por tudo o que passei, todas as bobagens e "fossas", hoje até que a possibilidade me soa bem agradável, pra não dizer que estou com vontade.
Tudo tem uma razão, isso é certo, o que atrapalha é quando eu e você na mais imbecil necessidade de ter a sensação de que controlamos alguma coisa não deixamos a vida seguir seu rumo, por mais que ele pareça meio cego, surdo e manco de uma perna, no final, tudo se encaminha.
Bom, eu posso estar errado, só tem um jeito de descobrir.

Um comentário:

Anônimo disse...

Excepcional.Assim como os outros textos!!
Vc está de parabéns, escreve muito bem e a partir de hoje ganhou mais uma fã.